Especie de dedicace à Ana Lucia

Em Paris tornamo-nos verdes

« O doutor Juvenal Urbino […] regressava de uma longa permanência em Paris. […]quando voltou a ver, do convés do barco, o promontório branco do bairro colonial, os galináceos imóveis em cima dos telhados, as roupas dos pobres estendidas a secar nas varandas, só então compreendeu até que ponto tinha sido uma vítima fácil das ratoeiras caridosas da saudade. […] Quem mais o comoveu foi a mãe, uma mulher ainda jovem que se tinha imposto na vida com a sua elegância e o seu dinamismo social e que, agora, murchava a fogo lento na aura de cânfora dos seus crepes de viúva. Deve ter-se reconhecido na perturbação do filho, pois antecipou-se a perguntar-lhe, em defesa própria, porque tinha aquela pele translúcida que parecia parafina.
- É a vida, mãe – disse ele. – Em Paris tornamo-nos verdes»

Gabriel García Marquez, O Amor nos Tempos de Cólera

o meu convivio com muçulmanos


O ano passado privei com muçulmanos. Nem árabes, nem turcos, nem africanos mas muçulmanos da Indonésia (não se deve pôr tudo no mesmo saco). Pessoas muito educadas, corteses, amigos do seu amigo, com fortes valores familiares, correctos, simpáticos, com sentido de humor, abertos de espírito, com amigos católicos, protestantes, ateus e apoliticos. E sim, RESPEITAM AS MULHERES.


Deles só obtive respeito, ninguém me lapidou, mutilou ou me casou à força quando eu tinha 11 anos.

Nem com um muçulmano nem com um católico!*



*só para esclarecer o senhor cardeal patriarca.

primeiro post do ano


O Nomadismes teve um interregno de quase um mês. Não sei porquê e não me sinto obrigada a explicar. São coisas da vida. Para começar 2009 em beleza achei por bem postar a seguinte pessegada de Paul Auster:

"O que importa não é a maior ou menor facilidade com que evitamos os problemas, mas sim o modo como lidamos com os problemas sempre que eles surgem."

in O Livro das Ilusões

Pois é, lidar com problemas é um dos maiores problemas da minha vida. Tenho sempre inúmeras ideias, soluções e resoluções. O problema é pôr tudo em prática. Este ano não decido nada, para não ter a frustração de não ter posto nada em prática. Vou só esperar que os problemas surjam, respirar fundo até o ar viajar dos canais nasais até ao abdómen and back, dormir sobre o assunto e encará-los de ânimo leve. Como se o mundo fosse um golfinho.

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