Poesia africana no metro

«Dis-leur que tu viens d'un pays/ formé dans un poignée de main/ un pays simple comme bonjour/où les nuits chantent/pour conjurer la peur des lendemains/ va vole et dis-leur»

Ernest Pépin (Guadeloupe), «Dis-leur», Babil du Songer


«Mon pays a la forme d'un coeur/ et je l'ai parcouru comme le corps d'une amante/j'ai le mal du pays comme un chagrin d'amour»

Serge Patient (Guyane), «Le mal du pays»

A canção da semana

«Clandestino» Deolinda

a noite vinha fria
negras sombras a rondavam
era meia-noite
e o meu amor tardava

a nossa casa, a nossa vida
foi de novo revirada
à meia-noite
o meu amor não estava

ai, eu não sei aonde ele está
se à nossa casa voltará
foi esse o nosso compromisso

e acaso nos tocar o azar
o combinado é não esperar
que o nosso amor é clandestino

com o bebé, escondida,
quis lá eu saber, esperei
era meia-noite
e o meu amor tardava

e arranhada pelas silvas
sei lá eu o que desejei:
não voltar nunca...
amantes, outra casa...

e quando ele por fim chegou
trazia flores que apanhou
e um brinquedo pró menino

e quando a guarda apontou
fui eu quem o abraçou
o nosso amor é clandestino.

Ontem ao vivo aqui em Paris. Quel régal!

A frase da semana

«Estar vivo é um milagre que não se pode querer perceber». Esta menina a levantar voo: http://oculosdesolgraduados.blogspot.com/

Coincidência?

A PSP e a GNR estão em alerta máximo para a procissão da Nossa Senhora de Fátima, hoje e amanhã em Lisboa e Almada, revela o “Diário de Notícias”. As comemorações do cinquentenário do Cristo Rei deverão contar com a presença de 500 mil pessoas.

São quase 500 mil (495,8 mil) os desempregados oficialmente registados no primeiro trimestre do ano, equivalente a uma taxa de desemprego de 8,9 por cento, indicou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE).

no Publico.

A crise

em França:

http://crise.blog.lemonde.fr/


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Le corps et l'esprit ou Le jeu de l'envers


"C'est alors que Sostratos, un jeune médecin de Thèbes, a pris la parole. (...) Il a soutenu que les muscles n'ont pas de vie propre, mais dépendent tous de fils extrêmement fins qui sont reliés à notre esprit. Et c'est dans notre esprit seulement que réside le commandement central de la force et de la vigueur : et lorsque l'esprit est fatigué, le corps l'est aussi* : lorsque le esprit est embrumé, le corps lui aussi est entouré d'une couche de nuages invisibles ; quand l'esprit se trouble, le corps à son tour se trouble et tombe malade**, parce que le corps n'est qu'une enveloppe du souffle qui nous habite, et ce souffle s'appelle Idée."


in Le jeu de l'envers, Antonio Tabucchi.




* para mim
** para ti, muffinha.

Disparates

O novo projecto da Praça do Comércio parece-me simplesmente disparatado. Já as palavras que se seguem, são das coisas mais sensatas que ouvi nos últimos tempos sobre a minha Lisboa:


«E será que a sombra, ou a falta dela, é um problema sério? Terá sido esta praça construída como praceta? Não é ela um local monumental, aberto ao rio, ao vento e à luz? Mas se for preciso ter sombra, por que não as árvores de alinhamento de há 100 anos? Não são elas um modo natural e não intrusivo de sombreado, impeditivo da publicidade e da ocupação abusiva da praça? Ou uma solução mais criativa (“elevando a fasquia”), com laranjeiras em grandes vasos bordejando as arcadas. E bancos? Com costas e em mármore (Pç. do Império)? Sem costas (Rossio)?

Por fim, não colhe a ideia do corredor central em piso diferenciado, perpendicular ao Arco, cruzando a estátua e prosseguindo até aos degraus do remate junto à marginal. Porque o peão não precisa que lhe indiquem por onde circular. Permita-se-lhe o gozo aleatório, sem pressas, buzinas e lixo. A contemplação. O horizonte, a luz e o vento. O registo imponente, solene, estático, contemplativo, livre aos elementos, do projecto original. Há quem gabe o arrojo do novo projecto. Contudo, cremos que arrojo é decidir sobre a praça mais monumental do país às escondidas de todos. Haja debate!»

Pelo Fórum Cidadania Lx, no Público de hoje.

Do previsível ao improviso

Véspera de feriado e o meu vizinho prepara o seu set. E eu improviso, a anestesiar os ouvidos com qualquer música que me faça sentir longe da pista de dança e a minha (re)descoberta de banda desenhada. O meu querido Sempé, das poucas e favoritas bandas desenhadas da minha infância. Devia ser menos cota e ir perguntar-lhe onde é a festa. Mas como trabalho por minha conta, com os meus horários e com uma vida muita boa, amanhã é feriado em França e eu vou bulir, 'bosser à fond', jorrar criatividade no primeiro dia fora da biblioteca. Voilà, voilà.... Quem faz o que quer só pode é estar bem.

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