Encore la Lettre à D.

extraits

"Être passionnément amoureux pour la première fois, être aimé en retour, c'était apparemment trop banal, trop privé, trop commun : ce n'était pas une matière propre à me faire accéder à l'universel. Un amour naufragé, impossible, ça fait au contraire de la noble littérature."


"Je suis à l'aise dans l'esthétique de l'échec et de l'anéantissement, non dans celle de la réussite et de l'affirmation."


"...pour ne pas te perdre, il me fallait choisir : soit vivre sans toi selon mes principes abstraits, soit me dégager de ces principes pour vivre avec toi..."

André Gorz

Frida

a scene from one of my favourite movies,
Salma Hayek and Ashley Judd dancing,
Lila Downs singing Alcoba Azul


La Llorona

Choro

Depois de ler este post do Pedro Mexia, e de ver esta foto

lembrei-me das raras vezes em que choro. Ja chorei mais. Agora não. Ja estive neste estado

vermelha, chorona, concentrando em mim toda a melancolia das saudades, inchada e disforme.
Agora deixei-me disso.
Não deixa de ser arte, talvez, voltar a olhar para esta imagem e ver um estado de espírito, mais do que um reflexo.
Que em vez de me prender a historias do passado, me solta, me relembra que sou humana e capaz de sentir coisas, que posso transgredir para além do frio estádio da indiferença.

Livros de bolso

primeiro a noticia:

Literatura
Livro de bolso ressurge em Portugal

Com grande difusão nos anos 60 e 70, «reactivado» nos anos a seguir ao 25 de Abril e sofrendo alguns abalos comerciais nos anos 90 - quando se extinguem várias colecções -, o livro de bolso ressurgiu nos últimos anos em Portugal.

Ressurgimento tímido, sem garra, na opinião de alguns. Ressurgimento ousado, para outros.

Uma coisa ou outra, a verdade é que, isoladamente ou em grupo, várias editoras deitaram mão recentemente à criação de novas colecções literárias de bolso: a Leya lançou a BIS, a Bertrand a 11/17 e o trio Assírio & Alvim, Cotovia e Relógio d'Água a Biblioteca Independente (BI). A Leya, há dias, anunciou mesmo a colocação dos livros da sua colecção à venda em máquinas automáticas, para já em Lisboa.

É um ressurgimento que ocorre em «ambiente mental» pouco propiciatório: há em Portugal a ideia feita de que o formato «não se dá», não liga, com o ADN do leitor português.

Ideia feita mas sem qualquer fundamentação histórica, sociológica, cultural ou outra, se se tiver em conta a abundância das colecções de bolso existentes antes do 25 de Abril.

Abertas à poesia, à ficção, ao teatro e ao ensaio de autores nacionais e estrangeiros, fizeram história, entre outras, a Miniatura (Livros do Brasil), Cadernos de Poesia (Dom Quixote), Argonauta e Vampiro (Livros do Brasil), Teatro (Centelha), Colecção Três Abelhas (Europa-América), O Livro de Bolso (Portugália), Cadernos D. Quixote (Dom Quixote), Colecção Horizonte (Livros Horizonte), Colecção forma (Editorial Presença), Colecção de Bolso da RTP.

A Miniatura, a Livro de Bolso, as Três Abelhas e os Cadernos de Poesia, por exemplo, deram à estampa, em primeira edição, alguns dos nomes maiores do romance, do teatro e da poesia de Portugal e do mundo. Tudo ao contrário do que agora acontece: nenhuma estatística - se a houvesse - assinalaria hoje a publicação de inéditos neste formato.

Ditam esta «variação» os custos de produção e os direitos de autor, mais elevados agora. Aos escritores não agrada nem interessa a perspectiva de um original seu ser publicado em pequeno formato antes de o ser em edição normal.

O livreiro Joaquim Carneiro, um rosto já há muitos anos familiar aos frequentadores da Livraria Portugal, em Lisboa, lembra-se bem do acolhimento que, em seu tempo, tiveram as colecções de bolso, em particular as das Três Abelhas, da Miniatura, da Colecção da RTP. «Vendiam-se enormemente»,conta.

Tem sobre este formato ideias bem definidas. Pensa, por exemplo, que um livro de bolso precisa, para ser lançado, de uma estratégia diferente da que se adopta no caso de um livro de edição normal. E mais: «se um livro de ficção não vende em edição normal, não vale a pena vendê-lo em edição de bolso».

Vendedor de livros, Joaquim Carneiro é pragmático: «A margem dos livros é de 30 por cento. Se eu tenho um livro de 20 euros, fico com 30 por cento. Mas, se vendo um livro de oito euros... ele ocupa-me o mesmo espaço e não rende. Ora eu tenho de rentabilizar o meu espaço».

Há casos excepcionais, no entanto. O livreiro está seguro de que um livro de bolso lançado com uma boa estratégia a apoiá-lo, bem publicitado, de um bom autor, tem «meio caminho» assegurado para vender bem

É também o que pensa Nelson de Matos, durante muitos anos responsável editorial nas Publicações Dom Quixote.

O hoje proprietário de uma edição com o seu próprio nome conhece bem o mecanismo das edições de bolso, as de antes e as do pós-25 de Abril, e não tem dúvidas:«As tiragens viabilizavam-se com números menores. Os custos de fabrico eram bastantes baixos, permitiam fazer o livro de bolso».

Ocorre-lhe, de antes do 25 de Abril, o caso da colecção de bolso da RTP, que «tinha uma editora que a produzia e a televisão que a promovia de forma muito acentuada».

«Mas mesmo posteriormente - assinala - já houve e há colecções de bolso que se viabilizaram. Recordo-me da Europa-América, com uma colecção de centenas ou mesmo milhares de títulos. E a Dom Quixote feita por mim teve uma colecção de bolso de bastante dignidade».

Quando hoje se fala de «insucesso do livro de bolso», o veterano editor está em crer que há pormenores importantes que não são tomados em consideração. «Na minha ideia - argumenta - o insucesso não é devido a que as pessoas não gostam de ter ou ler livros de bolso. A razão é que o livro de bolso tem uma técnica especial, não é para produzir nem distribuir, nem comercializar, nem promover da mesma maneira que um livro normal».

Lusa / SOL


Há muito que me interrogava porque é que não existiam mais edições de bolso em Portugal. Qual é a razão para alguém gastar 20 e tal euros no Código Da Vinci em tamanho grande, quando poderia optar por um 10x18cm a 6 ou 7 euros? Senhor Joaquim Carneiro, é com esta lógica que o livro se venderia mais, as pessoas leriam mais, os livros poderiam circular mais livremente. Faço parte do movimento Bookcrossing.com, e não é por acaso que a maioria dos livros que "solto" são edições de bolso, que não me custaram os olhos da cara, não representam um grande esforço financeiro que me possa prender posteriormente ao objecto (sim, sou calculista). Também terá que me explicar, senhor Joaquim Carneiro, como é que um livro de bolso ocupa o mesmo espaço do que um livro de tamanho dito normal nas prateleiras da sua livraria.

E não me venham com tretas de "ah e tal, mas as letras são tão pequeninas que até dão dores de cabeça", se for uma boa edição não será muito diferente de ler certos artigos de jornal. E um livro pequenino cabe em qualquer lado, basta relembrar o quanto charme tem um livro de bolso enfiado no bolso de um casaco comprido de um qualquer gajo com ar alunado no metro. é todo um outro cenário...


Parabéns!!!



Esqueçam as palhaçadas people de gente que não interessa. Actriz brasileira de corpo e alma é esta senhora maravilhosa que hoje faz 80 anos. O resto é conversa....

ódios que andam por aí...

Podia começar este post a citar a minha querida amiga dos óculos de sol graduados, quando ela diz «a terra tem muitas cores». Mas parto de um pensamento paralelo e começo antes por dizer que o ser humano é uma matéria de ódios e paixões difíceis de gerir e digerir em comunidade, no colectivo, na alteridade. Nas alturas de mais desalento, cheguei a imaginar que a solução para remediar os crimes e os ódios do mundo, podia passar por um ajuste de contas à bruta, em que o Magrebe, o Congo, a Costa do Marfim e o Senegal colonizavam a França para a castigar da sua insolência e racismo, o Brasil e a África lusófona colonizavam Portugal para que este se redimisse de não ter vergonha da sua história e por insistir em ter o desplante de chamar aos africanos pretos bandidos com o seu ódio de branco e ladrões e putas aos brasileiros. Mas depois caio em mim, e lembro-me do Mathieu Kassovitz, lembro-me daquele ano lectivo 2005/2006 em Paris, em que dei aulas nos subúrbios onde se queimavam carros e se gritava a revolta de uma corrente social filha da puta e do quanto aprendi sobre o mundo e a alma humana. Lembro-me ainda de ser emigrante, servir famílias francesas, ser maltratada por ser portuguesa e dizer parvoíces sobre os franceses para acalmar a minha revolta. Que cheiravam mal, que eram frios, arrogantes, mal-educados, mal fodidos, por aí fora. A tentar ajustar contas. E depois regressei a Portugal e percebi que me sentia atingida quando ouvia falar mal dos franceses. Como aquela reacção das famílias que dizem mal uns dos outros, mas que não admitem que alguém de fora faça o mesmo. Eu que sempre critiquei o meu país natal, não suportava ouvir o escárnio dos franceses. Eu que sempre critiquei a pátria de emigração, não suportava ouvir o desdém dos portugueses. Sobretudo daqueles que só foram lá de férias. E igual com a emigração. Cresceu em mim um sentimento de intolerância ao preconceito e depois de dar aulas aos emigrantes portugueses em França, nunca mais digeri bem ouvir falar mal dos avecs. Claro que isto tudo foi acalmado e como não quero ser nem demasiado primitiva nem demasiado humana neste mundo cão, hoje em dia consigo rir e encarar certas piadas e sátiras sem me passar, encará-las na sua inocência e ignorância e não me armar em salvadora do mundo. Mas não gosto de ouvir generalizações injustas. Encaro com lucidez as diferenças culturais que nos fazem partir para o gracejo e para o preconceito. Não suporto e perco toda a lucidez e calma quando os estereótipos se tornam em dogmas e alimentam ódios. Nas crónicas das horas perdidas li a melhor frase da semana: «não posso endireitar o mundo, mas não vou deixar que ele me entorte». Lembrou-me um pouco As Mãos Sujas do Sartre, a impossibilidade de sermos inocentes e limpos neste mundo e a possibilidade de tentarmos contaminar-nos o menos possível, a esperança de tentar mudar um microcosmos na acção individual ou de pequenos grupos à margem do colectivo. Aceitar esta derrota um pouco cobarde, um pouco utópica também. Como dizem nos AA: «ter força para mudar o que posso mudar, aceitar o que não posso mudar e ter sabedoria para estabelecer a diferença». Qualquer coisa deste género.
A pior coisa que a Maitê Proença fez não foi ofender os portugueses com a sua ignorância de menina rica que cospe nos Jerónimos e manda vir com os empregados do hotel de 5 estrelas por eles não lhe resolverem a tremenda ignorância que ela transporta. O pior é que ela conseguiu alimentar ainda mais o ódio entre portugueses e brasileiros, um ódio assustador que tem vindo a crescer com esta última vaga de emigração. Ora eu sei que vivo num país com tendência a ódios e paixões xenófobas, onde é permitido que partidos como o PNR se candidatem. E eu sei o que é ser emigrante e além de andar exausta de trabalho ter de ouvir os meus patrões fazerem piadas e sugerirem que eu regresse ao meu país para além das instituições públicas, desde a segurança social à repartição de finanças, à bolangerie onde comprava o pão. Tive vários empregos de merda em Portugal. A maioria das vezes tinha colegas brasileiros. Eram os que trabalhavam mais e com mais alegria. Eram os que viviam pior. Sinto imensa raiva quando oiço os brasileiros serem tratados por putas e ladrões, porque me lembro sempre de ter sido emigrante também e de já em França ter amigos brasileiros que se matavam a trabalhar. E depois há cretinas, burras que dormem em hotéis de 5 estrelas, que a partir de um número de porta decidem tratar os portugueses de atrasados mentais, dizendo-se simultaneamente portuguesa e brasileira quando não percebe puto do que é uma ou outra cultura. E quando não merece nenhuma delas.

Fish Tank




Um dos filmes mais brutais que vi ultimamente...


...com uma das bandas sonoras mais brutais que ouvi ultimamente




Lettre à D.

Avec toi j'étais ailleurs, en un lieu étranger, étranger à moi-même. Tu m'offrais l'accès à une dimension d'altérité supplémentaire, - à moi qui ai toujours rejeté toute autre identité et ajouté les unes aux autres des identités dont aucune n'était la mienne.

André Gorz.


Lettre à D. é o meu livro. Aquele que vou ler e reler o resto da vida.

A tradição ja não é o que era













via Cronicas das horas perdidas

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