Níobe transformada em fonte
(adaptado de Ovídio)
«Os cabelos embora o vento passe
Já não se agitam leves. O seu sangue,
Gelando, já não tinge a sua face.
Os olhos param sob a fonte aflita.
Já nada nela vive nem se agita,
Os seus pés já não podem formar passos,
Lentamente as entranhas endurecem
E até os gestos gelam nos seus braços.
Mas os olhos de pedra não esquecem.
Subindo do seu corpo arrefecido,
Lágrimas lentas rolam pela face,
Lentas rolam, embora o tempo passe»
Sophia de Mello Breyner Andersen
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1 nomades:
nunca fui mt à bola com a Sophia... Mas para mim este poema faz sentido como a inércia num mundo em movimento. O não fazer nada, estar parado, gelando, "embora o tempo passe".
Embora o não fazer nada possa ser apresentado de maneira mais "romântica", mais charmante, como diria a dette.
bises
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