Mudar, nomadizar, repensar, abanar a barraca interior, arriscar. E desabafar com malta que está ainda mais nómada e mais longe. Assim escrevia eu a uma amiga:
«às vezes é muito difícil gerir os vários departamentos da vida. resta-me entregar-me ao tempo, como entregamos os corpos ao mar no Verão, deixar a vida fluir, soltar as rédeas e aceitar a minha condição de gente sem poderes divinos, aceitar que não posso controlar tudo, deixar o dia-a-dia equilibrar o cérebro, o coração e os quadris.
Depois manda a nova morada em NY, para eu te escrever de Paris.
Beijinhos»
Aceitar o acaso e o imprevisto. Não ser herói nem imortal.
Acho que afinal de contas não sou assim tão ateia, porque cada vez que me sinto desnorteada procuro respostas na lógica bruta, profunda, cruel e sem caridade do Olimpo. A minha dificuldade de crença e descrença prende-se ao facto de eu encontrar mais verdade na ficção do que na realidade. No fundo, sou só uma desajustada sem grande fé e com muita imaginação.
Inscription à :
Publier les commentaires (Atom)
2 nomades:
Pois é... Não é preciso, não é preciso, mas quando nos viramos para a vida de frente está lá tudo. E sempre lá esteve, nós é que ainda andávamos a aprender (e andaremos, felizmente). Eu, cada vez menos ateia, me encontro também por isso menos só. E tu fazes parte do Deus em que eu acredito.
minha deusa, como diria o último do Woody Allen, whatever it works. Eu cá acabo sempre a reler os Homeros e Dantes (do Vergílio, não gosto muito) e agora também tenho um Melville que tu me deste com mais respostas. já a tua subida aos céus é mais musical ;)
beijos da tua pequena sereia que embirra com o Ulisses
Enregistrer un commentaire