"Publicar o primeiro livro, hoje, em Portugal, não parece difícil. Não tanto, decerto, como há vinte, trinta anos.
Diz a este propósito Mário de Carvalho: «Hoje é relativamente fácil publicar. Toda a gente escreve, toda a gente publica, há quem se indigne e proteste, os taradinhos da economia avisam que o mercado - o enjoo que este substantivo já provoca - não aguenta. Não estou nada preocupado. Ou melhor, não acrescento esta às preocupações que partilho com qualquer cidadão sensato».
De sobejo sabe, o autor de «Um deus passeando pela brisa da tarde», da «paraliteratura», do «lixo», do «disparate» em doses calamitosas que inundam as livrarias. E daí? É ainda ele quem dá a resposta: «Sou, em absoluto, pela alfabetização das massas. Se as massas, depois, consomem bodegas, é com elas. Quando eu nasci, quase metade da população era analfabeta.
Antes a quero a soletrar essas livralhadas de capas furta-cores que há para aí, que, desbarretada, a ouvir o senhor prior ler `A rosa do adro`». "
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