prenda de Natal

Gostei!
Bruce Chatwin é um dos meus heróis.

Avatar - the movie

Fui ver o filme e gostei. Não sendo um filme muito bom, também não é um filme muito mau. As minhas expectativas iniciais eram "que porra, espero não adivinhar os diálogos todos, ou antecipar as piadas pré-formatadas". Mas não, não é tão previsível como afirmam algumas das criticas que li, e o 3D não é assim tão arreliador como outras criticas que li...


ficam as fotos, do filme que vale o que vale sobretudo pela estética.






porque andei a ver uns videos dos Idolos

...e a entrar num revival profundo dos 90's e do grunge e tudo por causa daquele Filipe, que tem uma carinha linda e canta bem sim senhor.

Mas não sou a única! A Leididi também entrou na onda do revival...

Para um revival musical completo:


(gosto da palavra revival)

être Français...

A França anda a debater o que significa ser francês. Iniciativa do "Le ministère de l'Immigration, de l'Intégration, de l'Identité nationale et du Développement solidaire". Com pérolas como ser francês é cantar a marselhesa, falar correctamente francês, e todas essas coisas que fazem lembrar um nacionalismo desenfreado (red alert!!!)

Mas se calhar ser francês também é isto:


Ou isto:

"Etre français est-ce que c'est devoir parler français, chanter la Marseillaise, lire la lettre de Guy Môquet ? Ça c'est être con !" a-t-il [Eric Cantona] lancé lors de la présentation à la presse de son livre de photographies de personnes mal logées réalisé pour la Fondation Abbé Pierre. "Je ne dis pas que chanter la Marseillaise c'est être con, mais bâtir tout ça [l'identité] sur ça...", a-t-il précisé.

Também obcecada com este Gentleman

Um bocado obcecada com



SUSPECT:

- There's only one God and he is great.


GIBBS:

- That's good to know.

coming out

Assumi ai ao lado na barra lateral todos os "blogs de gajas" (mulheres resolvidas) que visito. Diariamente. E gosto.

Não é justo

Ando aqui a mamar Migralgines como se não houvesse amanhã só porque bebi 3 copos de tinto ao jantar...

Ao menos, depois do jantar e com 1 Migralgine no papo fui ver este senhor:



:)))))

Deambular

Sábado de manhã, 11 horas. Céu rasgado depois de tempestade. O Tejo igual, a transbordar reflexos, a derramar a luz dos barcos à vela e a galope e o branco das nuvens cheias, os olhos limpos pelo pranto a rasgar sorrisos da cor do céu. Damasceno Monteiro, Calçada do Monte, rua de São Gens, rua da Graça. Há manhãs em que conseguimos caminhar tão leves que nos sentimos descalços a encher o peito com a cidade. Coentros, tomate, cebola, alho e vinho branco. A alma marinada com o peixe, o corpo amanhado e escorrido. Manhã a marear na memória, manhã de medida certa, órfã do ontem e do depois.
E eu órfã dessa luz da manhã, a vaguear pelo crepúsculo, a contornar Alfama e a desaguar perto da Sé, para encher a barriga de bolos e aquecer o corpo com os olhos no rio cor de laranja.

Aquiles

«Canta, ó deusa, a ira funesta de Aquiles Pelida, ira
que tantas desgraças trouxe aos Aqueus e fez baixar ao Hades
muitas almas de destemidos heróis, dando-os a eles mesmos
em repasto aos cães e a todas as aves de rapina: cumpriu-se
o desígnio de Zeus, em razão da contenda, que, desde o início,
lançou em discórdia o Atrida, príncipe dos guerreiros,
e o divino Aquiles».

Homero, Ilíada

Aquiles é o meu herói grego preferido. Insiste em ser homem e não herói. Morre por ser semi-deus. Recusa-se a entrar na Guerra de Tróia por despeito e ciúme. Acaba por combater por mágoa e vingança. Nunca simpatizei nem com o Ulisses nem com o Eneias. Ulisses dos mil ardis deixa Penélope sozinha a aborrecer-se a fiar e desfiar anos a fio. É manipulador e calculista. É tão frígido que não enlouquece com as sereias. E o Eneias abandona a Dido para ir fundar uma cidade e salvar o pai do Inferno. A Dido que morreu por ele. Sempre achei uma estupidez preferir as causas nobres ao amor. Os heróis e os deuses são sempre cruéis e desumanos. Gosto dos semi-deuses e semi-heróis. Têm pêlo na venta e sabem que não são perfeitos.

Calhau épico



Ando-me a lembrar que sou um calhau épico.Nunca me consegui conformar com isso. Isso e não ficar bem de azul.

Encore la Lettre à D.

extraits

"Être passionnément amoureux pour la première fois, être aimé en retour, c'était apparemment trop banal, trop privé, trop commun : ce n'était pas une matière propre à me faire accéder à l'universel. Un amour naufragé, impossible, ça fait au contraire de la noble littérature."


"Je suis à l'aise dans l'esthétique de l'échec et de l'anéantissement, non dans celle de la réussite et de l'affirmation."


"...pour ne pas te perdre, il me fallait choisir : soit vivre sans toi selon mes principes abstraits, soit me dégager de ces principes pour vivre avec toi..."

André Gorz

Frida

a scene from one of my favourite movies,
Salma Hayek and Ashley Judd dancing,
Lila Downs singing Alcoba Azul


La Llorona

Choro

Depois de ler este post do Pedro Mexia, e de ver esta foto

lembrei-me das raras vezes em que choro. Ja chorei mais. Agora não. Ja estive neste estado

vermelha, chorona, concentrando em mim toda a melancolia das saudades, inchada e disforme.
Agora deixei-me disso.
Não deixa de ser arte, talvez, voltar a olhar para esta imagem e ver um estado de espírito, mais do que um reflexo.
Que em vez de me prender a historias do passado, me solta, me relembra que sou humana e capaz de sentir coisas, que posso transgredir para além do frio estádio da indiferença.

Livros de bolso

primeiro a noticia:

Literatura
Livro de bolso ressurge em Portugal

Com grande difusão nos anos 60 e 70, «reactivado» nos anos a seguir ao 25 de Abril e sofrendo alguns abalos comerciais nos anos 90 - quando se extinguem várias colecções -, o livro de bolso ressurgiu nos últimos anos em Portugal.

Ressurgimento tímido, sem garra, na opinião de alguns. Ressurgimento ousado, para outros.

Uma coisa ou outra, a verdade é que, isoladamente ou em grupo, várias editoras deitaram mão recentemente à criação de novas colecções literárias de bolso: a Leya lançou a BIS, a Bertrand a 11/17 e o trio Assírio & Alvim, Cotovia e Relógio d'Água a Biblioteca Independente (BI). A Leya, há dias, anunciou mesmo a colocação dos livros da sua colecção à venda em máquinas automáticas, para já em Lisboa.

É um ressurgimento que ocorre em «ambiente mental» pouco propiciatório: há em Portugal a ideia feita de que o formato «não se dá», não liga, com o ADN do leitor português.

Ideia feita mas sem qualquer fundamentação histórica, sociológica, cultural ou outra, se se tiver em conta a abundância das colecções de bolso existentes antes do 25 de Abril.

Abertas à poesia, à ficção, ao teatro e ao ensaio de autores nacionais e estrangeiros, fizeram história, entre outras, a Miniatura (Livros do Brasil), Cadernos de Poesia (Dom Quixote), Argonauta e Vampiro (Livros do Brasil), Teatro (Centelha), Colecção Três Abelhas (Europa-América), O Livro de Bolso (Portugália), Cadernos D. Quixote (Dom Quixote), Colecção Horizonte (Livros Horizonte), Colecção forma (Editorial Presença), Colecção de Bolso da RTP.

A Miniatura, a Livro de Bolso, as Três Abelhas e os Cadernos de Poesia, por exemplo, deram à estampa, em primeira edição, alguns dos nomes maiores do romance, do teatro e da poesia de Portugal e do mundo. Tudo ao contrário do que agora acontece: nenhuma estatística - se a houvesse - assinalaria hoje a publicação de inéditos neste formato.

Ditam esta «variação» os custos de produção e os direitos de autor, mais elevados agora. Aos escritores não agrada nem interessa a perspectiva de um original seu ser publicado em pequeno formato antes de o ser em edição normal.

O livreiro Joaquim Carneiro, um rosto já há muitos anos familiar aos frequentadores da Livraria Portugal, em Lisboa, lembra-se bem do acolhimento que, em seu tempo, tiveram as colecções de bolso, em particular as das Três Abelhas, da Miniatura, da Colecção da RTP. «Vendiam-se enormemente»,conta.

Tem sobre este formato ideias bem definidas. Pensa, por exemplo, que um livro de bolso precisa, para ser lançado, de uma estratégia diferente da que se adopta no caso de um livro de edição normal. E mais: «se um livro de ficção não vende em edição normal, não vale a pena vendê-lo em edição de bolso».

Vendedor de livros, Joaquim Carneiro é pragmático: «A margem dos livros é de 30 por cento. Se eu tenho um livro de 20 euros, fico com 30 por cento. Mas, se vendo um livro de oito euros... ele ocupa-me o mesmo espaço e não rende. Ora eu tenho de rentabilizar o meu espaço».

Há casos excepcionais, no entanto. O livreiro está seguro de que um livro de bolso lançado com uma boa estratégia a apoiá-lo, bem publicitado, de um bom autor, tem «meio caminho» assegurado para vender bem

É também o que pensa Nelson de Matos, durante muitos anos responsável editorial nas Publicações Dom Quixote.

O hoje proprietário de uma edição com o seu próprio nome conhece bem o mecanismo das edições de bolso, as de antes e as do pós-25 de Abril, e não tem dúvidas:«As tiragens viabilizavam-se com números menores. Os custos de fabrico eram bastantes baixos, permitiam fazer o livro de bolso».

Ocorre-lhe, de antes do 25 de Abril, o caso da colecção de bolso da RTP, que «tinha uma editora que a produzia e a televisão que a promovia de forma muito acentuada».

«Mas mesmo posteriormente - assinala - já houve e há colecções de bolso que se viabilizaram. Recordo-me da Europa-América, com uma colecção de centenas ou mesmo milhares de títulos. E a Dom Quixote feita por mim teve uma colecção de bolso de bastante dignidade».

Quando hoje se fala de «insucesso do livro de bolso», o veterano editor está em crer que há pormenores importantes que não são tomados em consideração. «Na minha ideia - argumenta - o insucesso não é devido a que as pessoas não gostam de ter ou ler livros de bolso. A razão é que o livro de bolso tem uma técnica especial, não é para produzir nem distribuir, nem comercializar, nem promover da mesma maneira que um livro normal».

Lusa / SOL


Há muito que me interrogava porque é que não existiam mais edições de bolso em Portugal. Qual é a razão para alguém gastar 20 e tal euros no Código Da Vinci em tamanho grande, quando poderia optar por um 10x18cm a 6 ou 7 euros? Senhor Joaquim Carneiro, é com esta lógica que o livro se venderia mais, as pessoas leriam mais, os livros poderiam circular mais livremente. Faço parte do movimento Bookcrossing.com, e não é por acaso que a maioria dos livros que "solto" são edições de bolso, que não me custaram os olhos da cara, não representam um grande esforço financeiro que me possa prender posteriormente ao objecto (sim, sou calculista). Também terá que me explicar, senhor Joaquim Carneiro, como é que um livro de bolso ocupa o mesmo espaço do que um livro de tamanho dito normal nas prateleiras da sua livraria.

E não me venham com tretas de "ah e tal, mas as letras são tão pequeninas que até dão dores de cabeça", se for uma boa edição não será muito diferente de ler certos artigos de jornal. E um livro pequenino cabe em qualquer lado, basta relembrar o quanto charme tem um livro de bolso enfiado no bolso de um casaco comprido de um qualquer gajo com ar alunado no metro. é todo um outro cenário...


Parabéns!!!



Esqueçam as palhaçadas people de gente que não interessa. Actriz brasileira de corpo e alma é esta senhora maravilhosa que hoje faz 80 anos. O resto é conversa....

ódios que andam por aí...

Podia começar este post a citar a minha querida amiga dos óculos de sol graduados, quando ela diz «a terra tem muitas cores». Mas parto de um pensamento paralelo e começo antes por dizer que o ser humano é uma matéria de ódios e paixões difíceis de gerir e digerir em comunidade, no colectivo, na alteridade. Nas alturas de mais desalento, cheguei a imaginar que a solução para remediar os crimes e os ódios do mundo, podia passar por um ajuste de contas à bruta, em que o Magrebe, o Congo, a Costa do Marfim e o Senegal colonizavam a França para a castigar da sua insolência e racismo, o Brasil e a África lusófona colonizavam Portugal para que este se redimisse de não ter vergonha da sua história e por insistir em ter o desplante de chamar aos africanos pretos bandidos com o seu ódio de branco e ladrões e putas aos brasileiros. Mas depois caio em mim, e lembro-me do Mathieu Kassovitz, lembro-me daquele ano lectivo 2005/2006 em Paris, em que dei aulas nos subúrbios onde se queimavam carros e se gritava a revolta de uma corrente social filha da puta e do quanto aprendi sobre o mundo e a alma humana. Lembro-me ainda de ser emigrante, servir famílias francesas, ser maltratada por ser portuguesa e dizer parvoíces sobre os franceses para acalmar a minha revolta. Que cheiravam mal, que eram frios, arrogantes, mal-educados, mal fodidos, por aí fora. A tentar ajustar contas. E depois regressei a Portugal e percebi que me sentia atingida quando ouvia falar mal dos franceses. Como aquela reacção das famílias que dizem mal uns dos outros, mas que não admitem que alguém de fora faça o mesmo. Eu que sempre critiquei o meu país natal, não suportava ouvir o escárnio dos franceses. Eu que sempre critiquei a pátria de emigração, não suportava ouvir o desdém dos portugueses. Sobretudo daqueles que só foram lá de férias. E igual com a emigração. Cresceu em mim um sentimento de intolerância ao preconceito e depois de dar aulas aos emigrantes portugueses em França, nunca mais digeri bem ouvir falar mal dos avecs. Claro que isto tudo foi acalmado e como não quero ser nem demasiado primitiva nem demasiado humana neste mundo cão, hoje em dia consigo rir e encarar certas piadas e sátiras sem me passar, encará-las na sua inocência e ignorância e não me armar em salvadora do mundo. Mas não gosto de ouvir generalizações injustas. Encaro com lucidez as diferenças culturais que nos fazem partir para o gracejo e para o preconceito. Não suporto e perco toda a lucidez e calma quando os estereótipos se tornam em dogmas e alimentam ódios. Nas crónicas das horas perdidas li a melhor frase da semana: «não posso endireitar o mundo, mas não vou deixar que ele me entorte». Lembrou-me um pouco As Mãos Sujas do Sartre, a impossibilidade de sermos inocentes e limpos neste mundo e a possibilidade de tentarmos contaminar-nos o menos possível, a esperança de tentar mudar um microcosmos na acção individual ou de pequenos grupos à margem do colectivo. Aceitar esta derrota um pouco cobarde, um pouco utópica também. Como dizem nos AA: «ter força para mudar o que posso mudar, aceitar o que não posso mudar e ter sabedoria para estabelecer a diferença». Qualquer coisa deste género.
A pior coisa que a Maitê Proença fez não foi ofender os portugueses com a sua ignorância de menina rica que cospe nos Jerónimos e manda vir com os empregados do hotel de 5 estrelas por eles não lhe resolverem a tremenda ignorância que ela transporta. O pior é que ela conseguiu alimentar ainda mais o ódio entre portugueses e brasileiros, um ódio assustador que tem vindo a crescer com esta última vaga de emigração. Ora eu sei que vivo num país com tendência a ódios e paixões xenófobas, onde é permitido que partidos como o PNR se candidatem. E eu sei o que é ser emigrante e além de andar exausta de trabalho ter de ouvir os meus patrões fazerem piadas e sugerirem que eu regresse ao meu país para além das instituições públicas, desde a segurança social à repartição de finanças, à bolangerie onde comprava o pão. Tive vários empregos de merda em Portugal. A maioria das vezes tinha colegas brasileiros. Eram os que trabalhavam mais e com mais alegria. Eram os que viviam pior. Sinto imensa raiva quando oiço os brasileiros serem tratados por putas e ladrões, porque me lembro sempre de ter sido emigrante também e de já em França ter amigos brasileiros que se matavam a trabalhar. E depois há cretinas, burras que dormem em hotéis de 5 estrelas, que a partir de um número de porta decidem tratar os portugueses de atrasados mentais, dizendo-se simultaneamente portuguesa e brasileira quando não percebe puto do que é uma ou outra cultura. E quando não merece nenhuma delas.

Fish Tank




Um dos filmes mais brutais que vi ultimamente...


...com uma das bandas sonoras mais brutais que ouvi ultimamente




Lettre à D.

Avec toi j'étais ailleurs, en un lieu étranger, étranger à moi-même. Tu m'offrais l'accès à une dimension d'altérité supplémentaire, - à moi qui ai toujours rejeté toute autre identité et ajouté les unes aux autres des identités dont aucune n'était la mienne.

André Gorz.


Lettre à D. é o meu livro. Aquele que vou ler e reler o resto da vida.

A tradição ja não é o que era













via Cronicas das horas perdidas

Sem pachorra

Esta semana houve umas quantas notícias que me deram vontade de não me informar durante algum tempo. Dar uma pausa nos jornais diários, especialmente os portugueses. Ler só Melville, Lobo Antunes, Almeida Faria. Pegar de uma vez por todas nos Misérables. Lembrar-me que o tempo que perco a ler caca todo junto dava quase para ler o A la recherche du temps perdu. Ouvir esta palhaçada toda da tugolândia a dar palpites sobre a história das escutas, com um presidente sonso que fala para chamar burro ao povo, o povo todo manipulado, todos em carneirada, ordeiros, cegos e surdos a mugir, povo medroso que segue esta política de fantochada com o mesmo deleite ressabiado com que segue as novelas da tvi. Que palhaçada! Não se aprende nada com isto, não nos informam, só nos deformam.
E depois, a história do Polanski. Tudo a defender o coitadinho. A alegarem em sua defesa, os infames, que a menina de 13 anos que ele drogou e violou já tem 30 e já o perdoou. Que têm eles a ver com isso? Desde quando ser ou não perdoado pela vítima e ter um Óscar é atestado com carimbo para andar por aí impune.

DEOLINDA

DEOLINDA interview (World Connection/World Sessions) from World Connection on Vimeo.

Rabobank






Daarvoor gebruikt u uw Rabo Europas.


O MEU RABO NÃO TEM UM EUROPAS!!!!!!!!!!!!!!!!

E se...

Eu fosse tocar à porta dos meus vizinhos e lhes vomitasse a enxaqueca que eles me pregaram com as suas marteladas e banda sonora de berbequim. Mas não, isso é muito mal educado, fazer obras e foder o juízo dos outros é um direito que lhes assiste. Não, não, vou mas é tomar um drunfezinho e abalar para a biblioteca que isto já passa.

já disse aqui neste blog, há dias em que ser mulher é um cócó... Afinal de contas a subida de estrogénios não é um lamentar à portuguesa fadista. São vestígios de um suspirar à francesa. Dias em que pareço uma princesa amuada ou uma mulher insuportável na menopausa... Dias como hoje em que estão 20 e tal graus e sol, e eu me sinto totalmente nublada.

Bonito, bonito...

Dá-me sempre uma raiva visceral quando oiço aquelas pessoas defenderem as maravilhas e belezas do Outono. As folhinhas a caírem, a chuvinha miúda, os meninos a irem para a escola. Como é possível gostarem da chegada do Outono e não vos dar esta nostalgia patológica do fim do Verão? O Verão sim é maravilhoso e belo. O corpo quentinho, a malta na praia, tudo ao léu e de férias, a beber cerveja fresquinha e aos pulos nos festivais de Verão. Até os anúncios de Verão são mais atraentes... A passagem para o Outono ainda me custa mais do que a chegada do Inverno. É que no Outono vem aquele frio inesperado que nos rouba o calor do corpo bronzeado e bem tratado. No Inverno é só aquela passagem do já tínhamos frio e agora temos um pouco mais.

Ainda não está frio. Estou em Portugal, onde ainda nunca faz realmente muito frio, a não ser dentro de casa. Há uns anos que abandonei o Outono parisiense por este conforto mediterrâneo. Mas o fim do Verão chega-me sempre com o mau gosto do fim de uma paixão. Agora que deixei de ser emigrante e mudei o termostato ainda me custa mais. Ou é por estar mais perto do mar, ou por estar mais portuguesa e ter retomado o gosto por me queixar. Raios partam o Outono.

Bolseiros de Investigação Científica

Bolseiros concentram-se quarta-feira para lembrar que não são aumentados há sete anos
17.09.2009 - 20h17 Lusa
Os bolseiros de investigação científica concentram-se quarta-feira em Lisboa [em frente à Assembleia da Republica] para lembrar que as bolsas não são aumentadas há sete anos, representando uma perda de poder de compra de 20 por cento, anunciou hoje a associação do sector.

Segundo Rui Soares Costa, membro da direcção da Associação dos Bolseiros de Investigação Científica (ABIC), a concentração, sob o mote "Investir em Ciência é investir em quem a faz", pretende ser mais do que "uma acção de protesto ao governo, embora haja uma componente de avaliação das políticas deste executivo".

A iniciativa visa levar os partidos candidatos às legislativas "a apoiarem as reivindicações dos bolseiros de investigação em Portugal" e "sensibilizar a sociedade civil, as organizações sindicais e todos quantos se solidarizam com os bolseiros de investigação para as condições sócio-laborais em que se encontram muitos cientistas no país".

De acordo com Rui Costa, de 27 anos, os bolseiros não vêem aumentadas as suas bolsas desde 2002, "o que significa uma perda de poder de compra de cerca de 20 por cento em sete anos". Além disso, descontam para a Segurança Social como se recebessem o ordenado mínimo, "com todos os prejuízos que isso terá a nível da carreira contributiva, ou seja, para efeitos do cálculo da reforma".

Também não têm direito a subsídios de férias e de Natal ou a subsídio de desemprego e, mesmo quando asseguram necessidades permanentes das instituições, não vêem reconhecido o seu estatuto de trabalhadores, não tendo por isso acesso aos direitos que esse estatuto consagra, lamenta a ABIC.

Rui Soares Costa declarou à Lusa que, nas reuniões tidas desde o início do ano com a direcção da Fundação para a Ciência e Tecnologia (entidade que atribui as bolsas) e com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, as propostas da Associação de Bolseiros foram "recebidas com manifesta abertura". Porém, "não houve concretização das medidas, nem mesmo das mais pequenas", assinalou o bolseiro, que está a terminar o doutoramento e planeia iniciar em seguida um pós-doutoramento.

"Falámos que os valores das bolsas estavam inalterados há sete anos e disseram-nos que queriam muito resolver o problema no imediato, mas que tal não era possível porque isso implicaria reduzir o número de bolsas atribuídas, já que o dinheiro destinado às mesmas não vai aumentar", recordou.

Para Rui Costa, bolseiro de doutoramento na área da Psicologia Social, pelo ISCTE e pela Universidade da Califórnia, "apesar do inegável investimento que tem sido feito pelo executivo na ciência, a situação é de retrocesso para os bolseiros", o que justifica a concentração prevista para as 17h00 de quarta-feira frente à Assembleia da República. "Se o Ministério da Ciência aumentar o número de doutorados, Portugal melhora de posição nos índices de formação e qualificação, mas isso não pode ser feito à custa de condições inaceitáveis", reforçou o doutorando, segundo o qual "todas as forças políticas se têm mostrado sensíveis à situação dos bolseiros".

No Publico.

Momento piroso e incontornável





A minha adolescência teve as suas pirosices e ainda bem.

http://www.youtube.com/watch?v=WpmILPAcRQo

Big company vs. Phnong in Cambodia

More than 500,000 hectares may have already been converted to rubber plantations in the uplands of China, Thailand, Vietnam, Laos, Cambodia and Myanmar. The ethnic Phnong people of Cambodia is one of the communities whose farmlands have been displaced.



Portfolio: CLICK HERE

photos by: Arantxa Cedillo

Todos a caminhar por aqui



Todos Caminhada de Culturas são 4 dias de festa na Mouraria. Começa hoje. Para desentorpecer as pernas, a cabeça e os sentidos.

http://www.e-cultura.pt/AgendaCulturalDisplay.aspx?ID=21199

Como é obvio...


"Obviamente que Nelson foi... um grande Nelson"*













*comentario do locutor da RTP2, ontem, nas finais do triplo salto.

para quê fazer dieta?!

Mário

Das mãos de Maria Carlota, o afecto vinha sempre emparelhado com vergonha. Passava uma mão pela barba do filho e segurava com a outra a ponta do lenço, onde cuspia para lhe apagar as olheiras da cara. Naquele dia, Mário cuspiu a canja de galinha a saber a ranço pela janela da cozinha e escarrou a revolta na cara da mãe: «Que merda vem a ser esta? Lá por não conseguir vender esta trampa na tasca, não tenho eu de comer uma sopa que já tresanda. A mãe qualquer dia faz canja com a própria medula». Era assim que o pregão de Maria Carlota crescia até uivar.
Mário saiu porta fora, a tropeçar nos novelos de lã e nos cacarecos inúteis que a mãe acumulava no corredor. «Posso vir a morrer pobre, mas não hei-de ser nunca um miserável como estas velhas. A pobreza é uma puta que se instalou nestas miseráveis e as faz mendigar, regatear e vender a alma a cada esquina. Malditas velhas que tanto choravam pelos maridos levados pelos pides e sem perceberem venderam a dignidade a todas as bestas, do Salazar ao hipócrita do merceeiro». A memória do pranto das velhas ardia-lhe no estômago e ardia-lhe no peito a memória daqueles dentes podres enterrados no pão bolorento de anteontem. Desceu a rua Andrade até desaguar no Intendente, encostar-se à primeira esquina para vomitar a ressaca de uma vida alimentada de raiva e rancor.
Apanhou o metro do Intendente ao Areeiro e depois a camioneta até Vila Franca e depois mais 20 minutos a pé, até chegar a casa. Quando entrou, Luísa chorava no quarto e Adelaide chorava na cozinha ao colo de Arminda. Mário chamou pela filha e o colo de Arminda tornou-se fundo como um poço. Os braços da menina erguiam-se para o pai, como quem quer vir à tona. Quando Arminda cedeu, rangeu os dentes e praguejou a espumar de mágoa: «Leve lá essa bicha assanhada». Mário afagava a filha e cantava mudo para dentro do peito: «É bicho, mas não é da tua laia, velha velhaca. Este bicho é cria minha». E quando o ouvido da filha lhe reconheceu o canto do peito, Mário soltou a voz: «Filha, olho de lua, filha, cabelo de árvore, filha, boca de fome. Vamos amassar o pão sem o benzer, sem o beijar, vamos engolir o medo».

é verdade



seja bienvenue, dona bobinha ;)))

Voo de um pássaro

Pina Bausch (1940-2009)



http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1389487&idCanal=14

Ingenuidades e enganos

Hoje nos 3 minutos que consegui suportar do Câmara Clara, percebi o que realmente me irrita na maioria da nata intelectual portuguesa. É aquela tensão nos maxilares que os faz franzir os olhos, aquela expressão «garfo no cú» que eles fazem quando querem imitar os franceses snobs, frígidos e mal fodidos dos dias de hoje porque na sua inocência acham que estão a imitar o lado francês glamouroso, sensual e nouvelle vague d'autrefois. Meus senhores, tenho novidades terríveis a anunciar-vos: essa França já só existe nos filmes do Godard. Foi-se, meus amigos,já era. Estudos sérios de sexologos confirmaram que só 30% dos casais franceses têm sexo durante as férias de Verão e a Cosmopolita francesa dá nota máxima a quem tenha mais de 2 relações sexuais por semana. Ou achavam que em Paris, o pessoal andava amuado por uma questão de charme. Desenganem-se, é apenas um problema (grave) de frigidez social. Agora que esclareci esta triste questão, convido-vos a abandonar esse ar entediado que vos fica tão mal, descontraiam e abandonem-se à portuguesa, toca a satirizar à vicentina,a rosnar com o Lobo Antunes, a sussurrar com o Ondjaki, bradar aos céus à Alvaro de Campos, cismar à Caeiro, chorar desalmadamente à Florbela, praguejar com o Régio. Ou então imitem outra terra qualquer. Assez de la France!

amor(es)

«Sou diferente, quando não estou contigo: argumentativa, influente, persuasiva, convincente. Sou a que arrasta multidões, a que quando fala os outros baixam as orelhas, a que tem histórias para contar, teses para defender e pontos de vista para demonstrar, catedrática e exegética. Mas olho-te a boca e fico assim, meio gaga e cacofónica, trapalhona e concordante, onomatopeica e monossilábica, tímida e desconchavada, acometida de dislexia verbal, a querer tomar-te o hálito e desapertar-te as calças, como se nisso residisse toda a minha erudição». citação de http://umamoratrevido.blogspot.com/
Hoje descobri esta pérola de blogue. Parecia que me lia a mim própria. Somos parecidos uns com os outros quando amamos bem. Ou então perdemos simplesmente a originalidade e desaguamos nos mesmos clichés. Só nos faz é bem!

manhaña não tengo patchorra pra ti, mas hoy, creo que te amo, hoy

isto não é um blog de sapatos. Mas...





...passei a medir 1,72cm!

o blog fez anos...

...em Abril!

Esquecemo-nos sempre destas coisas, de datas, de aniversarios, porque comemorações é quando a gente quiser. Ainda assim, vale este pequeno reparo para salientar que este blog existe ha três anos e alguns meses. Obrigada vanda, pela gentil companhia e pelos textos de qualidade que tens deixado neste nosso espaço.

Neste (novo) momento de mudanças, deixamos a cidade luz para ca voltarmos nomadas, coloc's e très bientôt comme prévu.

Santé au Nomadismes!


(désolée de escrever sem acentos, mas faz parte do meu charme)

Animais

às vezes perguntam-me porque é que eu sou vegetariana*.
Esta é uma das razões:






*Na realidade sou uma pseudo-vegetariana. Não como carne mas como (muito) queijo, ovos e peixe duas vezes por mês.

Blog en travaux
















O Nomadismes sofreu uma remodelação. Ainda estamos a meio das obras, falta pintar a casa e ajeitar os ultimos detalhes.
O Nomadismes ganhou uma listinha de grupos musicais, e uma reviravolta nos links.
Deixem feedback se tiverem sugestões para amelhoramentos, adição de links, ou alindamento geral do blog...

David Lynch's InterviewProject.com


Viagem pela América, através de entrevistas a American@s encontrados ao acaso na rua.
Gostei muito da ideia, e ainda mais dos videos.

InterviewProject.com

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template OU help wanted!


Bem... essa imagem ai de cima no Header esta um bocado encolhida...

Se alguém souber como fazer para a "esticar" um pouco para a direita, toda a ajuda é bem vinda!

é que eu ja estou farta de tutorials no youtube ou sites para dummies... nao percebo nada e ainda me sinto mais dummie!

é mesmo?


Os 30 são os novos 25.

apesares

Apesar das férias, da sorte, da musica, do emprego, da vida, da família biológica e escolhida, apesar da situação em tudo privilegiada

"sinto-me sempre em avanço ou atrasada, mais a Norte ou mais a Sul, sempre na coordenada errada"

Carminho * Fado




Pineapple Express


Odiei o filme.

Gostei de alguns diálogos.


Saul: It’s almost a shame to smoke it. It’s like killing a unicorn… with, like, a bomb.


Red: Man, I'm just into Buddhism, and I'm at peace with the fact that me, as this person, probably gonna not be around. Think about a hermit crab, okay? And it's a shell. It's like, they go from one shell to the next. And that's what I am. I'm just a hermit crab changin' shells.
Dale Denton: Except if you're a dick your whole life, your next shell will be made of shit, okay? If you're an asshole, you're gonna come back as a cockroach or a worm or a fuckin' anal bead, okay? If you're a man and you act heroic, you'll come back as an eagle. You'll come back as a dragon. You'll come back as Jude Law, okay? Which would you rather be?
Red: Maybe the anal bead, depending on who it belongs to.
Dale Denton: Belongs to me.
Red: Then the dragon.

Poesia africana no metro

«Dis-leur que tu viens d'un pays/ formé dans un poignée de main/ un pays simple comme bonjour/où les nuits chantent/pour conjurer la peur des lendemains/ va vole et dis-leur»

Ernest Pépin (Guadeloupe), «Dis-leur», Babil du Songer


«Mon pays a la forme d'un coeur/ et je l'ai parcouru comme le corps d'une amante/j'ai le mal du pays comme un chagrin d'amour»

Serge Patient (Guyane), «Le mal du pays»

A canção da semana

«Clandestino» Deolinda

a noite vinha fria
negras sombras a rondavam
era meia-noite
e o meu amor tardava

a nossa casa, a nossa vida
foi de novo revirada
à meia-noite
o meu amor não estava

ai, eu não sei aonde ele está
se à nossa casa voltará
foi esse o nosso compromisso

e acaso nos tocar o azar
o combinado é não esperar
que o nosso amor é clandestino

com o bebé, escondida,
quis lá eu saber, esperei
era meia-noite
e o meu amor tardava

e arranhada pelas silvas
sei lá eu o que desejei:
não voltar nunca...
amantes, outra casa...

e quando ele por fim chegou
trazia flores que apanhou
e um brinquedo pró menino

e quando a guarda apontou
fui eu quem o abraçou
o nosso amor é clandestino.

Ontem ao vivo aqui em Paris. Quel régal!

A frase da semana

«Estar vivo é um milagre que não se pode querer perceber». Esta menina a levantar voo: http://oculosdesolgraduados.blogspot.com/

Coincidência?

A PSP e a GNR estão em alerta máximo para a procissão da Nossa Senhora de Fátima, hoje e amanhã em Lisboa e Almada, revela o “Diário de Notícias”. As comemorações do cinquentenário do Cristo Rei deverão contar com a presença de 500 mil pessoas.

São quase 500 mil (495,8 mil) os desempregados oficialmente registados no primeiro trimestre do ano, equivalente a uma taxa de desemprego de 8,9 por cento, indicou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE).

no Publico.

A crise

em França:

http://crise.blog.lemonde.fr/


.

Le corps et l'esprit ou Le jeu de l'envers


"C'est alors que Sostratos, un jeune médecin de Thèbes, a pris la parole. (...) Il a soutenu que les muscles n'ont pas de vie propre, mais dépendent tous de fils extrêmement fins qui sont reliés à notre esprit. Et c'est dans notre esprit seulement que réside le commandement central de la force et de la vigueur : et lorsque l'esprit est fatigué, le corps l'est aussi* : lorsque le esprit est embrumé, le corps lui aussi est entouré d'une couche de nuages invisibles ; quand l'esprit se trouble, le corps à son tour se trouble et tombe malade**, parce que le corps n'est qu'une enveloppe du souffle qui nous habite, et ce souffle s'appelle Idée."


in Le jeu de l'envers, Antonio Tabucchi.




* para mim
** para ti, muffinha.

Disparates

O novo projecto da Praça do Comércio parece-me simplesmente disparatado. Já as palavras que se seguem, são das coisas mais sensatas que ouvi nos últimos tempos sobre a minha Lisboa:


«E será que a sombra, ou a falta dela, é um problema sério? Terá sido esta praça construída como praceta? Não é ela um local monumental, aberto ao rio, ao vento e à luz? Mas se for preciso ter sombra, por que não as árvores de alinhamento de há 100 anos? Não são elas um modo natural e não intrusivo de sombreado, impeditivo da publicidade e da ocupação abusiva da praça? Ou uma solução mais criativa (“elevando a fasquia”), com laranjeiras em grandes vasos bordejando as arcadas. E bancos? Com costas e em mármore (Pç. do Império)? Sem costas (Rossio)?

Por fim, não colhe a ideia do corredor central em piso diferenciado, perpendicular ao Arco, cruzando a estátua e prosseguindo até aos degraus do remate junto à marginal. Porque o peão não precisa que lhe indiquem por onde circular. Permita-se-lhe o gozo aleatório, sem pressas, buzinas e lixo. A contemplação. O horizonte, a luz e o vento. O registo imponente, solene, estático, contemplativo, livre aos elementos, do projecto original. Há quem gabe o arrojo do novo projecto. Contudo, cremos que arrojo é decidir sobre a praça mais monumental do país às escondidas de todos. Haja debate!»

Pelo Fórum Cidadania Lx, no Público de hoje.

Do previsível ao improviso

Véspera de feriado e o meu vizinho prepara o seu set. E eu improviso, a anestesiar os ouvidos com qualquer música que me faça sentir longe da pista de dança e a minha (re)descoberta de banda desenhada. O meu querido Sempé, das poucas e favoritas bandas desenhadas da minha infância. Devia ser menos cota e ir perguntar-lhe onde é a festa. Mas como trabalho por minha conta, com os meus horários e com uma vida muita boa, amanhã é feriado em França e eu vou bulir, 'bosser à fond', jorrar criatividade no primeiro dia fora da biblioteca. Voilà, voilà.... Quem faz o que quer só pode é estar bem.

Para ouvir e partilhar *

to listen & to share




*melhor que Susan Boyle!

Children of Men










um dos meus filmes preferidos.

Porquê? Zizek explica algumas das razões AQUI.

Esta musica também é bonita!

O 25 de Abril é bonito!!!



jazz

Aposto que estamos as duas a ouvir a TSF Jazz...

O silêncio dos vizinhos

Acho que tenho um vizinho dj. Felizmente passa muito tempo fora e temos dois lances de escadas que nos separam. Quando cá está, ouço-o a testar diferentes músicas, a sair de madrugada e a voltar de manhã. Imagino que faça os after hours da noite parisiense porque normalmente a partir das 2h recupero o silêncio.

Adelaide

Era um bebé animal que se ouvia a ela própria a uivar por dentro enfurecida, mesmo antes de começar a gatinhar. A avó deu-se conta, antes que a pequena fissura umbilical cicatrizasse. Aproveitou a ocasião para repreender a filha, moendo o despeito, roendo, tolhendo o ciúme: «Foste tu que lhe passaste a revolta e deixaste a menina irrequieta. É bicho como tu». Mas Arminda sabia que o bicho vinha de longe e que o sangue fervia na menina por causa dela. E suspirava no crepúsculo: «Ai minha rica filha que logo havias de herdar o meu cismar de totinegra». Quando se apercebeu de que a neta começava a querer mastigar sem dentes intrigou-lhe que a pele da menina não escurecesse mais. À noite desabafava com o Augusto que não percebia aquelas dúvidas: «Isso já é delírio da tua cegueira pela criança. Não escurece mais, como não escureceram as outras. Saem mais a mim, o meu sangue é mais forte que o teu». A Arminda não se convencia: «Esta não Augusto. Esta já come sem dentes, tem o meu olho e o meu cheiro». E então a Arminda punha a menina a corar ao sol, junto com a roupa do estendal, no sétimo andar de prédios azuis e vermelhos em praceta, todos da mesma altura, de doze e treze andares com janelas de alumínio. E enquanto Luísa latia com pavor que a mãe lhe matava a menina, a menina que a mãe lhe roubara, com manha e despeito de canino, a Arminda defendia-se a dizer que a filha era louca: «És como aqueles furacões dos trópicos, que a gente tinha de ficar quieta e calada, sem tugir nem mugir, à espera que passassem. Não vês que estou a impedir que a menina fique raquítica como tu?». Era aí que Luísa procurava o olhar da filha e percebia porque é que Adelaide tinha ficado dentro dela dez meses e não nove como os outros, porque devia adivinhar, ainda em embrião, que um dia as guerras de fêmeas e de gerações a afastariam irremediavelmente da mãe. E o olho de Adelaide cismava intrigado, o sangue de bicho fervia ao sol, nos subúrbios mais feios de Lisboa, enquanto Arminda a embalava, com o mesmo bambolear que fazia com Luísa nesses trópicos de furacões. Com o mesmo gesto, ditou para sempre o olhar, o sangue vulcânico e o sono perturbado de duas mulheres. A Arminda a trautear com a menina tombada no ombro e a cabeça virada para baixo já a tocar na omoplata, a andar, a bambolear, a Arminda a cismar com o crepúsculo.

Semana tépida

Previa para esta semana um fulgor de produtividade e no final de contas acabou por ser um marasmo total. Há dias em que ser gaja é um pavor, especialmente porque as hormonas não só transtornam de todo o gajedo, como se fazem acompanhar de enxaquecas que a mim me deixam sem conseguir funcionar de todo. Lá fora a blogosfera congratula-se com o tempo, nos diversos países da entourage. Para mim, esta semana primaveril deixou-me apenas morna de inacção.

Alentejo

Este Alentejo está diferente do Alentejo da minha lembrança. Está mais verde, limpo e fresco. Como que para me lembrar que a Primavera está ai a chegar, e com ela este verde limpo e fresco.

A noite é calma no parque de campismo. Ouvem-se os pássaros e o som do perif distancia-se cada vez mais dos meus ouvidos.

O dia é cada vez mais físico e o cansaço acumulado substitui os olhos inchados e as enxaquecas da vida de rato de biblioteca.

Rato da cidade / rato do campo.

:)

YES WE CAN!


Jornalista - Acha que o seu sobrinho ainda pode ser constituído arguido?

Júlio Monteiro (tio de Sócrates) - Poder, pode. Resta ver é se conseguem...


via Lote 5 - 1° Dto

L'hirondelle allerte!!

A partir du 23 février, selon l'institut de méteo:

«Contrairement à ce qui était envisagé ces derniers jours, l'anticyclone pourrait assez rapidement revenir et le temps se calmerait - cette évolution reste à confirmer...»

Et oui, et oui!!!!!!

Virar as costas

Em tempo de conflitos com a pátria mãe e madrasta, lembrei-me deste senhor:

«Esta é a ditosa pátria minha amada. Não.
Nem é ditosa, porque o não merece.
Nem minha amada, porque é só madrasta.
Nem pátria minha, porque eu não mereço
A pouca sorte de nascido nela.

Nada me prende ou liga a uma baixeza tanta
quanto esse arroto de passadas glórias.
Amigos meus mais caros tenho nela,
saudosamente nela,mas amigos são
por serem meus amigos, e mais nada.

Torpe dejecto de romano império;
babugem de invasões; salsugem porca
de esgoto atlântico; irrisória face
de lama, de cobiça, e de vileza,
de mesquinhez, de fatua ignorância;
terra de escravos, cu pró ar ouvindo
ranger no nevoeiro a nau do Encoberto;
terra de funcionários e de prostitutas,
devotos todos do milagre, castos
nas horas vagas de doença oculta;
terra de heróis a peso de ouro e sangue,
e santos com balcão de secos e molhados
no fundo da virtude; terra triste
à luz do sol calada, arrebicada, pulha,
cheia de afáveis para os estrangeiros
que deixam moedas e transportam pulgas,
oh pulgas lusitanas, pela Europa;
terra de monumentos em que o povo
assina a merda o seu anonimato;
terra-museu em que se vive ainda,
com porcos pela rua, em casas celtiberas;
terra de poetas tão sentimentais
que o cheiro de um sovaco os põe em transe;
terra de pedras esburgadas, secas
como esses sentimentos de oito séculos
de roubos e patrões, barões ou condes;
ó terra de ninguém, ninguém, ninguém:
eu te pertenço. És cabra, és badalhoca,
és mais que cachorra pelo cio,
és peste e fome e guerra e dor de coração.
Eu te pertenço mas seres minha, não».

Jorge de Sena

Prós e Contras


Fazer abdominais a ouvir o Prós e Contras tem que se lhe diga. 1, 2, 3

Naqueles momentos de maior agonia e revolta, aumenta-se o ritmo dos ditos, 8, 9, 10, mais rápido; vêm ai uma declaração inflamada pelo "não", 13, 14, 15, 16; abdominais face à intolerância e à discriminação, 64, 65, 66, 67, 68; como é que é possível??? -88, 89, 90, 91, 92-
100. e a minha mente esta mais tranquila, clara e liberta das parvoíces que se foram defendendo no lado N da plateia...

Ghost Dog



[after Vinny shoots a policewoman]
Louie: Jesus, Vinny. You just iced a woman, you know that?
Vinny: You know what you are, Louie? You're a fuckin' male chauvinist pig.
Louie: What do you mean, I'm a male chauvinist pig? You just shot a broad.
Vinny: A cop. I just shot a cop. They wanna be equal? I made her equal.



Louie: Goddamn it. You shot me in the exact same fucking place as last time!
Ghost Dog: I'm sorry. I mean you no disrespect. You're my retainer. I don't want to put too many holes in you.

URGENTE: Procura-se nova definição de "normalidade"!!!


O ex-ministro da Saúde, Correia de Campos, afirmou à agência noticiosa Lusa que existem "
excessos" e "fraudes" no sector da Saúde, porém, nomeia-os de "perfeitamente normais".

Aqui.

Especie de dedicace à Ana Lucia

Em Paris tornamo-nos verdes

« O doutor Juvenal Urbino […] regressava de uma longa permanência em Paris. […]quando voltou a ver, do convés do barco, o promontório branco do bairro colonial, os galináceos imóveis em cima dos telhados, as roupas dos pobres estendidas a secar nas varandas, só então compreendeu até que ponto tinha sido uma vítima fácil das ratoeiras caridosas da saudade. […] Quem mais o comoveu foi a mãe, uma mulher ainda jovem que se tinha imposto na vida com a sua elegância e o seu dinamismo social e que, agora, murchava a fogo lento na aura de cânfora dos seus crepes de viúva. Deve ter-se reconhecido na perturbação do filho, pois antecipou-se a perguntar-lhe, em defesa própria, porque tinha aquela pele translúcida que parecia parafina.
- É a vida, mãe – disse ele. – Em Paris tornamo-nos verdes»

Gabriel García Marquez, O Amor nos Tempos de Cólera

o meu convivio com muçulmanos


O ano passado privei com muçulmanos. Nem árabes, nem turcos, nem africanos mas muçulmanos da Indonésia (não se deve pôr tudo no mesmo saco). Pessoas muito educadas, corteses, amigos do seu amigo, com fortes valores familiares, correctos, simpáticos, com sentido de humor, abertos de espírito, com amigos católicos, protestantes, ateus e apoliticos. E sim, RESPEITAM AS MULHERES.


Deles só obtive respeito, ninguém me lapidou, mutilou ou me casou à força quando eu tinha 11 anos.

Nem com um muçulmano nem com um católico!*



*só para esclarecer o senhor cardeal patriarca.

primeiro post do ano


O Nomadismes teve um interregno de quase um mês. Não sei porquê e não me sinto obrigada a explicar. São coisas da vida. Para começar 2009 em beleza achei por bem postar a seguinte pessegada de Paul Auster:

"O que importa não é a maior ou menor facilidade com que evitamos os problemas, mas sim o modo como lidamos com os problemas sempre que eles surgem."

in O Livro das Ilusões

Pois é, lidar com problemas é um dos maiores problemas da minha vida. Tenho sempre inúmeras ideias, soluções e resoluções. O problema é pôr tudo em prática. Este ano não decido nada, para não ter a frustração de não ter posto nada em prática. Vou só esperar que os problemas surjam, respirar fundo até o ar viajar dos canais nasais até ao abdómen and back, dormir sobre o assunto e encará-los de ânimo leve. Como se o mundo fosse um golfinho.

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