protestos contra as aulas de substituição

Contra as aulas de substituição


Alunos de secundárias do país participam em protesto convocado por SMS
16.11.2006 - 10h45 Lusa

Alunos de escolas secundárias em vários pontos do país organizaram esta manhã protestos contra as aulas de substituição, numa acção convocada ao longo dos últimos dias por mensagens de telemóvel e pela Internet. Várias escolas tinham os portões fechados a cadeado e houve pequenas manifestações.

Na escola Filipa de Lencastre, em Lisboa, havia esta manhã dezenas de alunos em protesto na sequência de uma convocatória por SMS para uma "greve nacional de alunos", hoje, "contra as aulas de substituição".


"Greve de alunos 16 de novembro contra as substituições. mensagem a rodar. passem!" é a mensagem que circula desde o início do mês por telemóveis e por sistemas de conversação instantânea na Internet, disse à Lusa um dos alunos daquela escola.


Também nas escolas Fonseca Benevides e Secundária da Pontinha, ambas em Lisboa, os alunos realizaram protestos, fechando os portões a cadeado.


Noutra escola da Pontinha, a Básica do Segundo e Terceiro Ciclos, os alunos impediram a entrada dos professores cerca das 08h30, pelo que os docentes tiveram de chamar a polícia. De acordo com uma professora daquela escola, apenas às 09h00 e depois de intervenção policial os docentes puderam entrar no recinto.


Também hoje de manhã, os alunos da escola Secundária e de Ensino Básico Pedro Nunes, em Alcácer do Sal, realizaram uma concentração à porta da escola, seguido de um desfile pelas ruas de Alcácer.


Os estudantes protestam contra os exames nacionais, pelo fim das aulas de substituição, pela implementação da educação sexual nas escolas e contra os e levados custos do ensino.


Os alunos da Escola Básica e Secundária da Ponta do Sol, na Madeira, mantiveram encerrados durante cerca de 30 minutos os portões do estabelecimento de ensino, em protesto contra as aulas de substituição.


Um aluno da Escola Secundária de Miranda do Corvo disse à Lusa ter recebido o SMS mas afirmou que a associação de estudantes desta escola optou por não aderir ao protesto.

No Publico



Finalmente alguma reacção dos estudantes portugueses, que são manipulados e desprezados quando se trata de "reformas" sobre as escolas. Os professores podiam ter-se juntado ao protesto, em vez de chamarem a polícia... Só através da cooperação os professores e os alunos vão conseguir alguma coisa contra esta política puramente económica do Ministério da Educação. Chega de péssima qualidade de ensino, chega de desculpas. Reformas sim, mas a pensar nos alunos e nos docentes!

Falta credibilidade às greves do ensino secundário. Encontrei um texto na internet de um aluno do 12° em 2003, o Bernardo, que diz o seguinte: "mais uma manifestação de estudantes do secundário, mais um circo lamentável. Acredito na importância da luta pelos direitos que são inatos à nossa existência, nos quais se inclui o acesso a uma educação de qualidade. Contudo, creio isso não se desenvolve com este género de infantilidades, que, na minha óptica, não têm qualquer coerência e cabimento." A greve não é uma infantilidade. É um meio de acção, que funciona se usado correctamente. É necessario organização, comités de greve, alunos responsaveis por fazer circular a informação (com cartazes, panfletos, reuniões de informação, etc.). A greve não é ir para a rua e faltar às aulas. Infelizmente, em Portugal esses meios de acção nunca são valorizados nem dados a conhecer. Ninguém sabe organizar uma greve independentemente dos partidos politicos. Voltando ao Bernardo, "Os alunos (um dos quais eu) são confrontados com a(s) greve(s) dias antes desta(s). Como é óbvio, não é possível que um aluno participe nestas suficientemente esclarecido quando recebe um papel (normalmente no próprio dia) com dois ou três tópicos que presidem à luta, por mais elucidativos que sejam." As desculpas do 25 de Abril e do "ai, temos uma democracia recente" já estão gastas. Inspirem-se nos exemplos europeus (Grécia, França), ou mesmo da América do Sul (Chile, Peru). Os estudantes têm que se fazer ouvir quanto às decisões tomadas pelo poder político, e podem começar por se fazerem ouvir uns aos outros.

Back to Home Back to Top Nomadismes. Theme ligneous by pure-essence.net. Bloggerized by Chica Blogger.