Idalina

Para a Rita

Para o almoço escamavas o peixe com a calma de quem também aprendeu a amanhar os dias. As mãos esfregavam manjerona e segurelha, satisfeitas de polvilhar cheiros que até hoje te intrigam.

«Ainda não tenho tudo da vida, mas para a vida que ainda falta, já tenho tudo. Com a minha mãe na cozinha aprendi o que chegue para nunca passar fome, com os montes aprendi a guiar os animais e a não me perder, coisa que evitou que eu me enganasse com os homens e com os homens aprendi de novo a falar, sem gastar de mais as palavras».

E com o mar, Idalina, o que é que aprendeste com o mar? Com o mar também não te interessa gastar palavras, vale mais gastar os olhos, o nariz e a atenção. Com o mar aprendeste o silêncio. E com o silêncio aprendeste a esperar.

«Normalmente quem tem muita pressa não sabe bem para onde quer ir e também já não sabe a quantas anda. Tempo é coisa que não falta, desde que não se caia no ontem nem se tropece no amanhã».

2 nomades:

apresento isto a dit…
4/12/07 12:25

um pexinho pro almoço? :')

Tita Xana a dit…
20/12/07 22:43

agora a Idalina está a viver um dia de cada vez.
:)

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