Apressem-se, últimos dias de um belo Shakespeare!!!!
É a última semana de espectáculo da peça Tanto Amor Desperdiçado encenada por Demarcy Mota, no D.Maria II. É um espectáculo com uma dinâmica incrível, onde as grandes teorias de Brook parecem ser postas em prática: o espaço vazio num palco com areia a possibilitar um conjunto de movimentos e efeitos cénicos delirantes (atenção para não se sentarem nas primeiras filas onde os salpicos de areia são de fácil alcance); a lembrança de que «o diabo é o aborrecimento» a proporcionar um ritmo exemplar. A encenação é uma verdadeira coreografia e o texto é um belíssimo poema representado por um elenco excepcional que nos fala ora em francês ora em português, numa energia musical que revoluciona o tom declamado shakesperiano. O espectáculo é no seu conjunto tão bom que conseguimos sem grande dificuldade perdoar-lhe e engolir os seus pequenos defeitos. A versão e tradução de Nuno Júdice deixam um bocado a desejar, o final ambicioso e precipitado com um desfecho meio tosco a tentar conjugar com pouca arte o metateatro e a tragicomédia e a actriz Dalila Carmo que com o seu francês quase perfeito e o seu tom quase convincente não consegue abandonar uns quantos tiques novelesco piegas da escola TVI. De resto, é um sólido elenco com uma sobriedade notável, muito equilibrado e verosímil. Apressem-se que vale a pena. Para quem anda por ou perto de terras de França, o espectáculo vai prosseguir na Comédie de Reims.
É a última semana de espectáculo da peça Tanto Amor Desperdiçado encenada por Demarcy Mota, no D.Maria II. É um espectáculo com uma dinâmica incrível, onde as grandes teorias de Brook parecem ser postas em prática: o espaço vazio num palco com areia a possibilitar um conjunto de movimentos e efeitos cénicos delirantes (atenção para não se sentarem nas primeiras filas onde os salpicos de areia são de fácil alcance); a lembrança de que «o diabo é o aborrecimento» a proporcionar um ritmo exemplar. A encenação é uma verdadeira coreografia e o texto é um belíssimo poema representado por um elenco excepcional que nos fala ora em francês ora em português, numa energia musical que revoluciona o tom declamado shakesperiano. O espectáculo é no seu conjunto tão bom que conseguimos sem grande dificuldade perdoar-lhe e engolir os seus pequenos defeitos. A versão e tradução de Nuno Júdice deixam um bocado a desejar, o final ambicioso e precipitado com um desfecho meio tosco a tentar conjugar com pouca arte o metateatro e a tragicomédia e a actriz Dalila Carmo que com o seu francês quase perfeito e o seu tom quase convincente não consegue abandonar uns quantos tiques novelesco piegas da escola TVI. De resto, é um sólido elenco com uma sobriedade notável, muito equilibrado e verosímil. Apressem-se que vale a pena. Para quem anda por ou perto de terras de França, o espectáculo vai prosseguir na Comédie de Reims.
3 nomades:
Também adorei o espectáculo mas acho que a arena nada a ver com as teorias de Brook. Depois uma pequena correcção: escola tvi? Oh Vanda, a Dalila estudou comigo, a nossa escola de "teatro" foi no Porto há muitos anos, quase 18, e estavamos sentados ao lado um do outro em Avignon, a assistir precisamente a outra arena, a da "Tempestade" de Shakespeare com cenografia de Jean Guy Lecat com quem a Dalila tb trabalhou no ano passado. Sabe, as pessoas gostam de se armar em eruditas e descriminar um certo tipo de actores, mas não o faça sem ter conhecimento acerca da pessoa e muito menos com a actriz em causa, porque é uma grande "gaffe". Pode gostar ou não, mas evite as comparações. Venho em defesa duma grande amiga e duma grande actriz.
Se naquele dia o espectáculo lhe correu mal, ela pedir-lhe-á desculpas, concerteza.
E a Tempestade que mencionei, era a de Brook, 1991,com as teorias debaixo do braço...a tvi não é uma "escola" para todos, nem me parece que ela tenha pago para lá andar. Q disparate, Vanda!Desculpe mas tinha mesmo que a corrigir, a juventude às vezes é presunçosa.
Não conheço bem o trabalho da sua amiga. As minhas desculpas se a ofendi. Talvez a sua participação em novelas não seja de facto o motivo que a levou a ter um mau desempenho nesse dia. Se foi só nesse dia ou outro, nunca o saberei porque só vi o espectáculo uma vez. Mas também não acho presunção ou pseudo erudição apontar aquilo que num espectáculo correu bem ou mal, expôr o meu ponto de vista. A juventude não gosta de ser consensual.
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