Re-aparecimento fotográfico

Breve re-aparecimento fotográfico, para uns apanhados de Paris em 2011...




Salut 2011! Appel aux nuages...




(Turner, Shade and Darkness - the Evening of the Deluge)


On aimerait bien voir le nouvel an parisien avec un tout petit peu de ciel bleu... On comprend si la venue du soleil en janvier nous apporte un peu plus de froid, mais on a vraiment besoin de lumière! C'est urgent! Merci!

Votos de um Natal zen



O nomadismes deseja um Natal pacifico e com boas energias a todas as almas nómadas e sedentárias que por aqui passam. Muitas rabanadas e poucos sarilhos!

Mais francesismos

Na sua mais recente barbaridade e expressão de ignorância, Marine le Pen comparou as orações dos muçulmanos em lugares públicos a um acto de ocupação. Depois desculpou-se dizendo que um acto de ocupação não é necessariamente ligado à ocupação alemã da segunda guerra mundial, mas a outros exemplos como a ocupação inglesa no tempo de Joana D'Arc. Bref... Mais curiosa, julgo eu, a opinião da ala conservadora do PS que considera intolerável a oração muçulmana nas ruas de França. Não espero muito tempo para ouvir em breve mais uma lei de caça às bruxas nesta terra, onde a discussão sobre o laicismo já passou todos os níveis do bom-senso. Laurent Joffrin num artigo intitulado "Préjugés" publicado no Libération esforça-se por recordar a esta gente confusa e delirante o que significa realmente laicismo:

"La laïcité ne consiste pas à s’attaquer à telle ou telle religion comme on brandissait jadis l’épée des croisés. Songerait-on, par exemple, à interdire les processions catholiques ? La laïcité - la vraie - consiste à garantir la neutralité de l’Etat et à organiser la tolérance envers les cultes reconnus, qui ont droit de cité aux termes de la tradition républicaine. Il serait bon de s’en souvenir".

o artigo completo para quem precisar de ser esclarecido: http://www.liberation.fr/societe/01012309461-prejuges

Francesismos

A médica simpática perguntou-me se eu trabalhava. Sim, disse eu, dou aulas de português. Sorriu imediatamente. Sorriem sempre quando digo isto, de repente perdoam-me o sotaque, perdoam-me o facto de ser portuguesa sem ter bigode e sem ser porteira. Passam a tratar-me bem. Parece-lhes de repente tudo lógico. É uma frase que esclarece todos os equívocos. Se dou aulas de português em França, de repente já faz sentido o facto de morar cá, já não estou a roubar nenhum trabalho aos franceses, a minha emigração torna-se aceitável e mesmo apreciável. Coisa que nunca aconteceu quando disse que escrevia uma tese sobre o teatro do absurdo. Era o que faltava mais uma emigrante inútil a aproveitar-se do nosso sistema de saúde. Quando cá cheguei respondia à mesma questão dizendo que era empregada doméstica ou que estudava. Nem sempre lhes parecia lógico que andasse por cá a estudar. Já empregada doméstica assentava que nem uma luva no meu sotaque e condição. Mas tratavam-me sempre pior. Nunca sorriam. Gosto de sentir esta mudança de tratamento, de condição, as pequenas vitórias que alcancei como ter um apartamento em vez de um quarto com wc no corredor. Nutro-me com sentimentos comezinhos, incho-me de alegria por já não ser tratada como porteira. Devia ter vergonha na cara e revoltar-me por de repente me começarem a tratar bem por motivos tão estúpidos. Não é o facto de ter o buço feito e de não ganhar mais a vida a limpar a merda destes gajos que me faz merecer ser bem tratada. Quanto mais me apercebo da hipocrisia e xenofobia dos franceses, mais sei o quão cobarde sou por ter entrado no sistema e hoje saber como me fazer respeitar e pô-los a sorrir em vez de escarrar. Nada me resta senão aceitar a minha cobardia e deliciar-me com endívias e coquilles Saint Jacques. Não me sobram muito mais ideais para além de me esforçar por ser competente no meu trabalho e estar ao dispor da minha entourage. Este é um tempo parco em certezas e eu só sei que não quero voltar a ganhar a vida a fazer faxina.

Prima Dona



«Oui, l’impression de plus en plus que si je n’étais pas tenue – (geste) – de cette façon, je m’en irais tout simplement flotter dans l’azur. (Un temps.) Et qu’un jour peut-être la terre va céder, tellement ça tire, oui,craquer tout autour et me laisser sortir».

Samuel Beckett, Oh les beaux jours



Acabo de ver no Théâtre de l'Athénée a menina dos olhos do Visconti e do Strehler a representar uma das melhores e mais verdadeiras Winnies de sempre. Com a poesia certeira de Bob Wilson. Winnie aparece desta vez no meio de um penhasco de asfalto. E é com muita alegria que vou ver esta prima dona de novo em italiano.Há alguém no Olimpo que gosta de mim e me presenteia com a tournée desta peça a passar por Roma quando eu lá estou. Grazie tanto Adriana Asti!!!

Plágio descarado e sem vergonha

Hoje, a dois dias de mais um mês e meio (pelo menos) de nova nomadização para mim, a uma semana de nova mudança nómada para ti, tornei-me nostálgica e fui em busca do teu primeiro post neste estaminé. Foi a 11 de Maio de 2006. E foi assim:


nómadas e descalças



Abre a janela quando o meu fumo lhe ocupa o quarto
E estende-me um casaco de malha.
Não me fica bem o azul
Não lhe ficam bem os cigarros.

Almoçamos às cinco da tarde num dia cinzento,
Descansamos sem horas nem estações.
Quotidiano sem peso de tempo que me facilita os dias.

Queixa-se de ter engordado,
De não dormir bem,
De serem cinco da tarde.
Sorrio cúmplice,
Relativizo-lhe as queixas,
Procuro dar-lhe leveza às horas.

Ela limpa-me a euforia e o terror,
A náusea e o cansaço,
Cala-me a fome e o insulto,
Mede-me a lucidez.

«Pensei que viesses ontem,
Que dia é hoje?»

Já cheguei, minha amiga
E vou-te arregaçar as mangas antes que sejam cinco da tarde.
Escolher contigo as palavras
Com a cumplicidade com que escolhemos fruta no mercado
Limpar-te as dúvidas e a gramática.

Mais do que a resistência deste exílio
Valem o caminhar na nossa nómada rotina
E os passos descalços, como aqueles que usamos
Cá em casa.

Revolutionary Road - o filme



"- Didn't have to be Paris...
- You just wanted out hein?
- I want IN. I just wanted us to live again. For years, I thought we've shared this secret that we would be wonderful in the world. I don't know exactly how, but just the possibility kept me hoping. How pathetic is that? So stupid. To put all your hopes in a promise that was never made. Frank knows what he wants, he found his place, he's just fine. Married, two kids, it should be enough. It is for him. And he's right; we were never special for destined for anything at all. "
(...)
"- I saw a whole other future. Can't stop seeing it. Can't leave. Can't stay."






Só hoje é que o vi. Agora percebo porque ficaste abananada, porque eu também fiquei, e ainda agora não consigo respirar como antes. Como desperdiçar a vida crendo numa promessa, em algo que parece que está lá, mas não está; ou que já esteve e partiu, vai dar ao mesmo. Onde é que se arrumam os sonhos, e os filmes que fazemos, onde é que se encaixam as memórias, os sentimentos que temos? (Deviam ter-se mudado para Paris)

realizações recentes

Há uns tempos para cá que me têm chegado mensagens de varias fontes, de contextos e conteúdos completamente diferentes, que se focam no mesmo assunto: a Vida, o Amor, essa criatura divina que é Deus. Que Deus é Amor, e Vida; que Vida é Amor; que Deus dá Vida; que Amar é Viver. Tudo assim muito interligado.

A primeira pista veio do filme "Oh My God", um documentário que pergunta às pessoas de todo o mundo uma simples questão, de não tão simples resposta: what is God?



Outra do filme "Into the Wild".

Ron Franz: Yeah. I am going to take stock of that. You know I am. I want to tell you something. From bits and pieces of what you have told me about your family, your mother and your dad... And I know you have problems with the church too... But there is some kind of bigger thing that we can all appreciate and it sounds to me you don't mind calling it God. But when you forgive, you love. And when you love, God's light shines through you.
Christopher McCandless: Holy shit!


Não acredito em Deus. Na Vida sim, no Amor também, na sua forma generalizada, desde a compaixão budista ao "Amai-vos uns aos outros" do Cristo. Acredito na Amizade, nas ligações humanas, na conexão com a natureza (onde se incluem outros humanos), no respeito pelo que nos rodeia. Acredito na partilha, no dar e receber.


Afinal, "Happiness only real when shared.", escreve Chris McCandless no seu diário, depois de um grande périplo pela América, e já no Alaska às portas da morte. Uma grande lição às vezes só se revela nos momentos cruciais, muitas vezes tarde de mais. A lição do Chris McCandless não lhe serviu de muito, mas foi um legado. é por isso também que acredito na historia, na importância de aprender com o passado, de deixar que ele nos talhe a existência.

Da limpeza das casas de franceses

Após mais de um mês de ausência, volto a postar cheia de indignação a propósito das casas dos franceses. Mas porque é que, tanto eu como a Vanda, assim que chegamos a casa de franceses temos imediatamente que arregaçar as mangas e começar a limpar? Nem eu nem ela somos fanáticas da limpeza (eu longe disso), e no entanto passamos horas nisto, nesta actividade que se torna prioritária, e muitas vezes motivo de revolta: "Mas como é que eles conseguem viver assim? Nesta pocilga?"

é verdade, e hoje não foi excepção. Fui às compras, e antes de por as compras no frigorífico tive que o limpar; a WC não deve ver um esfregão desde que a Espanha foi pela ultima vez à final do mundial; as paredes, god, as paredes... *longo suspiro*

O chão, para contrastar, está limpinho. Ela diz que faz lá yoga. Yoga num espaço sujo mas em terreno limpo. Lógicas francesas...

é real e está já aqui ao lado

Costa da Caparica

Viagem à pobreza que explodiu como uma tempestade

Há crianças que à segunda-feira chegam à creche com a mesma fralda que tinham na sexta. O número de famílias que pede ajuda à Igreja, classe média incluída, duplicou. Pede-se comida até no Facebook. As praias e o Verão não escondem a indignação do padre. Por Ana Henriques

Ler o artigo completo AQUI

Maria e o gato

A Maria quer ir para Bruges estudar no College of Europe e levar o gato. E está a vender o recheio da casa. Começou com os seus livros. Quem quiser ajudar, divulgar, perceber melhor do que se trata, visite o blog que explica tudo:

http://takeustobruges.blogspot.com/

INCRIVEL... Garzón suspenso da Audiência Nacional - Mundo - PUBLICO.PT

Garzón suspenso da Audiência Nacional - Mundo - PUBLICO.PT

III - Hoje, dia de visita do Papa a Portugal...

Caguei no papa e deu-me a nostalgia de Paris...



(esta letra tem varias das minhas expressões preferidas em francês)



Hier encore
J'avais vingt ans
Je caressais le temps
Et jouais de la vie
Comme on joue de l'amour
Et je vivais la nuit
Sans compter sur mes jours
Qui fuyaient dans le temps

J'ai fait tant de projets
Qui sont restés en l'air
J'ai fondé tant d'espoirs
Qui se sont envolés
Que je reste perdu
Ne sachant où aller
Les yeux cherchant le ciel
Mais le cœur mis en terre

Hier encore
J'avais vingt ans
Je gaspillais le temps
En croyant l'arrêter
Et pour le retenir
Même le devancer
Je n'ai fait que courir
Et me suis essoufflé

Ignorant le passé
Conjuguant au futur
Je précédais de moi
Toute conversation
Et donnais mon avis
Que je voulais le bon
Pour critiquer le monde
Avec désinvolture

Hier encore
J'avais vingt ans
Mais j'ai perdu mon temps
A faire des folies
Qui ne me laissent au fond
Rien de vraiment précis
Que quelques rides au front
Et la peur de l'ennui

Car mes amours sont mortes
Avant que d'exister

Mes amis sont partis
Et ne reviendront pas
Par ma faute j'ai fait
Le vide autour de moi
Et j'ai gâché ma vie
Et mes jeunes années

Du meilleur et du pire
En jetant le meilleur
J'ai figé mes sourires
Et j'ai glacé mes pleurs
Où sont-ils à présent
A présent mes vingt ans?

Eyjafjallajokull porta-te bem que eu tenho onde estar às 11 horas!

via Miúda do Deserto

II - Hoje, dia de visita do Papa a Portugal...

...recolhi 5 preservativos nas ruas de Lisboa! Obrigada Abraço!

I - Hoje, dia de visita do Papa a Portugal...

...estive a ver o 24 e o Jack Bauer torturou um suspeito (que sabíamos culpado) como nunca antes havia torturado!


Aqui no Nomadismes já começámos a preparação para o Mundial



Muntari's Annie Leibovitz Shoot for Vanity Fair from Football Fables by Baff A on Vimeo.


recebido por mail
via Chouriça

lamechas mood

Dia da Liberdade



imagem roubada
daqui.



Hoje subi e desci a Avenida da Liberdade, estagnei no Rossio, encontrei toda a gente ao pé da Ginginha e enfiei-me numa tasca lisboeta a beber uma mini. Viva a Liberdade!

Back to Home Back to Top Nomadismes. Theme ligneous by pure-essence.net. Bloggerized by Chica Blogger.