14.06.2007 - 10h58 PUBLICO.PT
O cardeal Renato Martino, presidente do Conselho Pontifício do Vaticano para a Justiça e Paz, defende que os indivíduos e as organizações que se sintam identificados com os princípios católicos devem retirar o seu apoio à Amnistia Internacional, depois de esta organização se ter declarado a favor da prática do aborto em certos casos, como violações e risco de vida para a mulher.
Segundo o diário espanhol "El Mundo", o cardeal Martino defendeu esta ideia numa entrevista que concedeu ao semanário norte-americano "National Catholic Register", onde afirma que a Amnistia Internacional "traiu a sua própria missão e a de todos os colaboradores que a apoiaram durante tantos anos e que nela confiavam a promoção e a protecção dos direitos humanos".
A Amnistia Internacional sempre se declarou neutral em relação à polémica sobre o aborto. Mas em Abril passado rompeu com esse silêncio, defendendo a prática em casos de violação ou sempre que a saúde ou a própria vida da mulher esteja em perigo, pressupostos que, segundo Martino, são moralmente indefensáveis.
"A Igreja diz que nunca é justificável matar uma vida humana. O aborto é um assassinato", afirma o cardeal, para quem defender o aborto em caso de violação é definir o feto como um inimigo, como algo que deve ser destruído. "Como podemos defender o aborto nuns casos e noutros não?", questiona.
A Amnistia Internacional não recebe fundos da Igreja Católica e nos seus estatutos declara-se independente de governos, partidos políticos, igrejas, confissões religiosas e organizações ou grupos de qualquer espécie.
A organização assegura que a sua posição em relação ao aborto foi tomada durante a campanha de luta contra a violência exercida sobre as mulheres, mas mantém que não fará campanhas pró-aborto nem julgará a justiça ou injustiça da prática, cita o "El Mundo".
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